A arte de adestrar

O melhor amigo do homem merece uma boa educação. O adestrador além de educar o seu cão, vai levar compreensão às pessoas de como lidar da melhor maneira com os animais.

Muitos devem associar o adestramento de cães com a força, garantindo assim a obediência dos animais. No entanto, basta ouvir as declarações de Anderson Wollmann Soares, de Montenegro, experiente adestrador de cães, para entender que mais que ensinar o seu cachorro, o adestramento é uma relação de carinho e compreensão, de ambas as partes. Há muito tempo que não se tem mais animais domésticos em , e sim, componentes da família. A pessoa não se diz dona do cachorro, gato ou outro bichinho, agora se intitulam mãe, irmão, pai, ou até mesmo avó. Alguns criticam essa relação, claro, mas isso denota principalmente a boa convivência com os animais, imprescindível para formar cidadãos de verdade. Anderson explica que, com isso, a importância do adestrador na sociedade é muito maior do que a maioria das pessoas pensa.

“O adestrador é um instrutor não somente de cães, mas também de pessoas, um formador de opiniões que tem um papel social importante, educando a população em relação à maneira correta de se lidar com cães, seja dentro de casa, no passeio ou nas diversas e crescentes divididas entre nós e nossos amigos peludos”, sintetiza Soares.

Anderson Wollmann Soares, que trabalha em toda a região, tem experiência no ramo. Há oito anos vem se especializando na área, com diversos cursos, inclusive com professores do exterior. Segundo ele, começou com um curso sobre o comportamento canino ministrado por Dennis Martin, comportamentalista inglês. “São dezesseis cursos, nacionais e internacionais”, diz Soares. A especialização em áreas como esporte de polícia, agility, show dog, comportamento e treinamento de busca são algumas das áreas em que já estudou e pratica. Dessa forma, também participa de campeonatos a nível nacional de treinamento. “Faço parte do Grupo de treinamento Ipo Tchê, que este ano foi classificado para representar o Estado no Nacional de Treinamento. Aconteceu em Minas Gerais, no final de abril deste ano, onde ficamos em sexto lugar. Em agosto terá a seletiva para o campeonato mundial onde estaremos com nossos cães em São José dos Campos, SP”, conta.  A escolha pela carreira veio pela paixão por animais desde a infância. Com 12 anos já tentava ensinar truques para sua cachorrinha e os cães dos vizinhos.

“Meu primeiro cão foi uma Pit Bull chamada Java, que faleceu em abril deste ano, com 14 anos. Sempre companheira e amiga das pessoas, ao contrário do que dizem da raça”, conta o adestrador. A polêmica dos cães Pit Bull, conforme comentou Anderson, se intensificou este ano, após um segurança da Universidade Federal do Rio Grande do Sul dar um tiro em uma cadela da raça que estava no pátio. Na época, a dona ressaltou que a cadela não estava fazendo nada, que o vigilante agiu por impulso, em crer que todo animal desta raça é violento. O adestrador Anderson ressalta que estão ocorrendo muitos ataques da raça, que geram por causa da sua força, já que o Pit Bull é um cão de porte médio, mais forte. No entanto, ele explica que a raça, assim como outros cães, precisa ser educada da maneira correta. “O Pit Bull é um cão esportista que necessita gastar , um cão dominante que necessita de um líder, ao mesmo tempo que é um cão amigo que adora brincadeiras”, pontua. (Confira mais detalhes no quadro ao lado).

O importante a ressaltar sempre será a relação dos donos com seus cães.

Mesmo em casos como os Pit Bulls, o diferencial é o dono. O adestrador, por sua vez, vem para abrir esse caminho de entendimento entre o dono e seu bicho de estimação. “O objetivo de todo adestrador é ensinar aos familiares a tornarem- se o membro predominante nessa escala hierárquica, ou seja, o “Líder”.

Entendendo seu pensamento e seu mundo, conseguimos ter uma vida tranquila em nossa “matilha”, metaforiza Anderson. Com isso, a intenção é destacar aos donos que seus cães são socializados, e definir esse sistema hierárquico entre cães e humanos é imprescindível. “O sistema de adestramento diz muito sobre sua personalidade, qualidades como paciência, respeito, visão, organização e responsabilidade podem ser facilmente notadas ao se observar o trabalho de um adestrador e ouvi-lo instruir seus alunos”, explica Anderson, sobre os métodos utilizados por ele no adestramento. Ou seja, para quem acredita que o trabalho fica todo por conta do adestrador, se engana. O processo é acompanhado de perto pelo dono, que aprende a maneira correta de lidar com seu bichinho, que sim, passa muito longe do uso da força e gritos. “No sistema que acreditamos, a capacidade que qualifica os humanos como seres racionais, ou seja, a capacidade de pensar, é utilizada em todas as fases do adestramento e do convívio com os cães”, diz Anderson. Levando em consideração a personalidade de cada cachorro, o adestrador utiliza técnicas de reforço positivo e interpretação da linguagem canina, para então estabelecer uma liderança natural do adestrador.

A profissão de adestrador é também uma constante busca por conhecimentos.

Anderson
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