Convivendo com a política dentro da minha , aprendi o quanto ela é necessária, indispensável na construção da sociedade. Jamais olhei com indiferença para o assunto e tão pouco descartei do meu dia-a-dia os assuntos relacionados a ela. Para mim, política é mais que uma editoria de jornal, um assunto a ser comentado apenas em períodos eleitorais, é nosso cotidiano, a presença constante nas atitudes que iremos tomar em nossas vidas, no caminhar da sociedade. A política define quem somos.

No entanto, ela ganhou proporções diferentes na minha vida com o passar dos anos, e tornou-se um assunto ainda mais forte. No âmbito nacional, ganhou destaque por abrir suas portas e revelar suas entranhas, nada agradáveis muitas vezes. Mensalão, corrupção, disputa por cargos, coronéis no poder, alianças inimagináveis, e até possíveis censuras com a imprensa. Poderia então dizer que tenho asco de política e desistir de acompanhar, entrar nessa de conformismo e deixar rolar.

Mas dessa forma, mais ainda o assunto se tornou importante para mim. Resolvi então que deveria me filiar, fazer parte de um partido político. Mais ainda, escolhi minha profissão baseada nessa ideia de querer “mudar o mundo”. Todo jornalista vive essa utopia. Mas por um lado podemos mexer, fuçar, abrir os olhos da população, para que ela saiba de tudo que acontece dentro dos gabinetes, e que temos direito de saber, pois eles são eleitos para cargos públicos, e sim, devem explicações.

Trazendo esse desejo também para o lugar onde vivo, sempre fui um nariz metido dentro de comícios, passeatas, carreatas, fazendo valer o meu voto, minha opinião. Tentando fazer com que amigos a minha volta se importassem com isso também, lembrassem de que cada voto faz sim a diferença. Mas me consterno pela mesma entranha bagunçada da política salvadorense. Nunca entendi e hoje apenas me conformo sobre a condição que vivemos aqui, de que não existe oposição, muito menos opiniões divergentes. Se não estamos de acordo com algum partido, ou autoridade, ou ainda um eleitor mais afoito, somos os seus inimigos. Ameaças, troca de farpas, e-mails pejorativos fazem parte da que se instalou aqui. E não começou hoje, mas tem atualmente novos personagens que poderiam usar da contemporaneidade, dos meios de comunicação virtuais para se defender, mas por seus méritos.

Ao contrário disso, esses e-mails procuram insistentemente culpados por seus próprios atos, levantam histórias inverídicas e no fim disso, é assinado por alguém que se diz injustiçado. Ora, um cargo público, que visa os interesses de milhares de pessoas, deve sim respostas a todos. E se algo foi feito de maneira ilícita, deve-se pagar. A sociedade espera isso, e não é perseguição política. Aprender que os eleitores pouco estão interessados nas brigas particulares dos políticos é o maior desafio que Salvador do Sul tem de enfrentar. Invadir as conversas, as redes sociais, a distribuição de cartas, folhetos ofensivos não faz a menor diferença na hora de votar para aqueles que são pelo menos um pouco mais esclarecidos. A política é demasiadamente importante para ser feita por gente que visa apenas os interesses de meia dúzia de pessoas. É o meu recado, como eleitora, cidadã e jornalista que não tolera corrupção, muito menos intrigas. Assumir o que faz é para poucos, e covardes não ganham mais as eleições.
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