Poderia acusar o imperialismo norte americano como culpado pela manifestação no Egito. No entanto, a constatação é totalmente desprovida. Na verdade, desde a da Monarquia no Egito, em 1952, a relação dos governantes como Nasser e Mubarak são de união com os Estados Unidos, uma vez que as forças armadas são uma criação do país norte-americano. E isso não tem haver somente com os bilhões de dólares em e equipamentos, mas também na lógica das negociações de “paz”. No site que vazou vários documentos da diplomacia dos Estados Unidos, o WikiLeaks, um desses documentos se refere ao acordo entre Egito e EUA: “O presidente Mubarak e seus líderes militares vêm o nosso programa de assistência militar como a pedra angular da nossa relação e consideram os bilhões de dólares como compensação intocável para fazer e manter a paz com Israel e em troca os militares dos EUA gozam de prioridade de acesso ao Canal de Suez e do espaço aéreo egípcio”. Aí se inicia a construção da verdadeira revolução de 2011: o maior acesso dos comuns à toda informação, e não a informação parcial. Lembram de Julian Assange? O fundador do WikiLeaks está sendo julgado, não pelo vazamento do site, mas por crimes sexuais, numa manobra clara para sua extradição e aí sim, pagar na justiça por espionagem. Os americanos que pregam a liberdade de expressão entram em contradição, fazendo com que a liberdade de expressão tenha limite. E o que ocorre no Egito tem ligação com essa falta de liberdade de expressão. Unidos através de mensagens enviadas pelo Facebook e o Twitter, redes sociais populares em todo o mundo, os egípcios viram nessas ferramentas a possibilidade de reunir ativistas para seu manifesto. E conseguiram. Com isso, o governo chegou a cortar a internet no país. Porém, com a volta do acesso, o número de usuários do Facebook disparou no Egito. A era da informação veio para ficar, e ainda não temos a dimensão de onde isso pode chegar. A livre informação faz mal apenas para países que não querem a democracia. Os Estados Unidos mais uma vez entram em contradição, afirmando querer a liberação da internet em países do Oriente Médio e a China, por exemplo, e no seu próprio quintal impera essa confusão do WikiLeaks. Enfim, na crise do Egito, as redes sociais são protagonistas. Mubarak, após mais de duas semanas de protestos, só garantiu não concorrer mais em setembro, e começou uma reforma na Constituição. Mas o que o povo quer é a sua renúncia. E de todas as formas, nas ruas e nas mídias sociais, a revolução não vai parar.
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