EFEITOS DOS AGROTÓXICOS NO ORGANISMO HUM

O uso de agrotóxicos e seus problemas vitais.

O agricultor encontra várias desculpas para o uso de agrotóxicos em suas lavouras particulares: a falta de mão de obra (os filhos preferem trabalhar em empresas ao invés da roça), o baixo valor do produto, o irregular que prejudica a e outros. Mas não se pode permitir que um problema traga outros tantos. O agricultor que opta pelo uso de agrotóxicos não está resolvendo os seus problemas e sim dividindo as conseqüências de sua atitude irresponsável com todos os que consumirem o seu produto e com seus descendentes, já que o contato com determinados produtos pode provocar abortos ou deficiências genéticas.

Os agrotóxicos orgânicos sintéticos que mais resistem no meio ambiente são os organoclorados. Tais resíduos, se forem ingeridos com a alimentação, ficam armazenados no tecido adiposo. Os inseticidas organofosforados e os carbamatos que sucederam os organoclorados não se acumulam no organismo com a mesma intensidade mas são de toxicidade aguda.

A venda de agroquímicos dobrou entre os anos de 1995 e 1997, segundo os dados da ANDEF (Associação Nacional de Defensivos Agrícolas). As patologias decorrentes de freqüentes exposições também vêm aumentando, as mais comuns são: * Inflamação do sistema nervoso periférico; * Irritações na mucosa e na pele; * Distúrbios oftalmológicos; * Distúrbios no aparelho reprodutivo e hormonais; * Intoxicações crônicas; * Aparecimento de carcinogênese (produção do câncer) e teratogênese (alterações do embrionário e fetal, incluindo alterações sutis como as bioquímicas, comportamentais e até monstruosidades).

As crianças se intoxicam mais rápido com os agrotóxicos. As intoxicações em São Paulo, que é o maior centro Agroindustrial da América Latina, cresceram 326,5% entre os anos 60 e o período de 1982 a 1984 (informações da TRAPE 95). A EPAGRI (Empresa de Pesquisas Agropecuárias) recolheu, em Santa Catarina no ano de 1992, amostras de 3.560 agricultores detectando intoxicação por agrotóxicos em 47,1% dos pesquisados e 38,5% deixaram as vazias dos produtos abandonadas na lavoura sem nenhum cuidado. A maior parte dos agricultores que usam agroquímicos por informação de leigos, não usam E.P.I. (Equipamento de Proteção Individual) e armazenam inadequadamente os restos dos produtos químicos que usam.

O valor que se paga para o uso de agrotóxicos pode não ser tão caro, à primeira vista, pelo ócio que estes possibilitam aos agricultores, porém se forem analisar as conseqüências que causam esses produtos à e ao organismo humano, não só para quem os aplica mas para todos que, por exemplo, respirarem tal ar, que comerem tais produtos, que lavarem as roupas de quem aplica, que forem usar esta terra contaminada daqui a alguns anos, é um valor tão alto que, talvez, não possam pagar sozinhos deixando de herança esta dívida para algum descendente que, eventualmente nasça com problemas de formação.
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