Votação de contas revoltou o prefeito

Na sessão da Câmara de Vereadores de Salvador do Sul, realizada na última terça-feira, dia 20, foram analisadas contas relativas às gestões do ex-prefeito Roque José Reichert (PMDB) e do atual comandante do Município, Volnei Garcia de Lima (PP). Os pareceres favoráveis emitidos pelo Tribunal de Contas sobre o trabalho de ambos acabaram sendo aprovados pelo Legislativo.

A surpresa negativa veio na votação das emendas sugeridas. A vereadora Elisabeta Rinaldi (PTB), a Bete, apresentou uma emenda que fazia ressalva ao projeto de decreto das contas, relativas a 1997 e 2000, do ex-prefeito. Segundo ela, o Tribunal de Contas teria apontado que Roque Reichert deveria devolver R$ 385 mil (somando-se apontamentos de 1997, 1998, 1999 e 2000) aos cofres públicos. A proposta da vereadora acabou sendo reprovada por 4 votos (da oposição – PMDB e DEM) a 3. Houve uma abstenção, do vereador Ricardo Graff (PSDB), e o presidente da Câmara, João Canísio Hoffmann (PPS), não precisou votar.

Já a vereadora Sueli Camilo Reichert (PMDB), esposa do ex-prefeito, propôs uma emenda para que o atual prefeito Volnei Garcia de Lima devolvesse R$ 7 mil aos cofres públicos, também conforme apontamento do Tribunal de Contas relativo ao ano de 2004. Diferentemente do resultado anterior, a proposta foi aprovada, inclusive com votos de dois vereadores da situação, Bete e Remo Roesler (PP).

“Fomos coerentes na votação, porque acreditamos que os dois deveriam devolver o dinheiro ao Município. Infelizmente, alguns de nossos colegas não tiveram o mesmo pensamento”, justificou Bete. O prefeito Volnei Garcia de Lima ficou indignado com os diferentes resultados nas votações das emendas pelo Legislativo. “O que aconteceu é uma grande vergonha política. Faltou ética e coerência aos vereadores da oposição, mas os salvadorenses sabem quem realmente está trabalhando pelo bem da comunidade”, disparou.

O prefeito, inclusive, já está efetuando a devolução dos R$ 7 mil apontados. “Acatamos a decisão que ordenou esse ressarcimento aos cofres públicos, tanto que eu, o vice-prefeito e os secretários municipais já estamos quitando o valor de forma parcelada, mas os outros também precisam pagar o que devem”, cobrou. “Alguns vereadores, infelizmente, estão mais preocupados com interesses políticos, deixando os interesses do povo de lado”, concluiu.

Cleo Meurer
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